domingo, março 25, 2007

O sonho fez-se realidade

Portugal vai ser a primeira selecção amadora numa fase final da Taça do Mundo. É o resultado de um grupo excepcional, muito querer e talento

JOSÉ RODRIGUES em Montevideu (Uruguai)

Em Montevideu, a selecção portuguesa de râguebi fez história ao garantir a primeira presença numa fase final da Taça do Mundo, um sonho que nasceu há mais de cinco anos.
Portugal teve um bom início, mostrando coragem e determinação ante um adversário muito poderoso e a beneficiar de forte apoio do seu público.
Uma formação ordenada perdida, acabaria por dar lugar a um alinhamento que Gonçalo Uva, imperial nas alturas, venceu, mas nem seria necessário porque Juan Carlos Bado, segunda linha, pisou violentamente Vasco Uva e foi, de pronto, expulso. Jogava-se o segundo minuto.
Era um grande revés na estratégia dos uruguaios que, tal como se anteviu, assentava no jogo de avançados, com destaque para o cinco da frente.
Na transformação da penalidade, Cardoso Pinto falhou, mas era uma tentativa muito difícil.
Os Teros não desarmaram e, num imenso esforço, continuariam a dominar e aos 10 minutos adiantaram-se na cobrança de uma penalidade, resultado da primeira falha defensiva lusa.
A partida continuaria sob o domínio dos Teros, mas sempre com boa réplica portuguesa, quase sempre irrepreensível
E se a primeira parte correu sob a luta de avançados – imposta pelos sul-americanos – no segundo tempo os anfitriões alteraram a estratégia e optaram por um jogo aberto, o que talvez tenha surpreendido Portugal, que aos 42 minutos consentia o primeiro ensaio.
Foi um momento crucial da partida porque a reacção lusa foi forte e em oito minutos dava a volta ao resultado (48 e 50 minutos) com mais duas penalidades de Cardoso Pinto.
Nesta altura o Uruguai parecia quebrado e, não fosse nova desatenção portuguesa, não conseguiria trazer o jogo para a área de 22 portuguesa (a zona proibida que Tomaz Morais tanto lembrou), chegando ao segundo ensaio, resultado de mais um “maul” dinâmico, armado depois de vencerem um alinhamento.
Valeu, novamente, a capacidade de sofrer dos Lobos que não só “mataram” o renascer dos Teros como passaram a mandar na partida, instalando-se no meio-campo rival até ao apito de “partida para França”.

Ficha de jogo

Local Gran Parque Central (Nacional de Montevideo) Árbitro Jonny Speadury (inglês)

Uruguai 18 (6) Juan Manchaca (2); Ignacio Crosa, Joaquin Pastore, Diego Aguirre (3+3)e Juan Labat; Sebastian Aguirre (Juan Miguel Alvarez) e Juan Campomar; Nicolás Brignoni, Nicolás Grille (Rafael Alvarez) e Alfredo Giuria (Frederico Capo, 5); Rodrigo capo e Juan Carlos Bado (expulso aos 2’); Pablo Lemoine (5)( Guillermo Storace), Juan Pérez e Rodrigo Sanchez (Juan Martin Llovet). Seleccionador Ignacio Inciarte

Portugal 12 (6) Portugal deverá alinhar: Pedro Leal; Diogo Gama, Miguel Portela, Diogo Mateus e Pedro Carvalho; Cardoso Pinto (3+3+3+3) (Gonçalo Malheiro) e Luís Pissarra; Vasco Uva, João Uva e Juan Severino (Diogo Coutinho); Gonçalo Uva e Marcello D’Orey (amarelo aos 40’)(David Penalva); Joaquim Ferreira, João Correia (amarelo 13’) e André da Silva (Rui Cordeiro). Seleccionador Tomaz Morais

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