quarta-feira, janeiro 03, 2007

Selecções nacionais

O ano de fazer história

2007 vai ser um ano de grandes desafios para o râguebi português e chegar à fase final do Campeonato do Mundo é o maior deles. Os Lobos vão acrescentar mais uns meses a uma época sem interrupções competitivas

J.R.


O novo ano mal começou mas as preocupações do râguebi nacional já são muitas e grandes, tal é a densidade do calendário competitivo que se apresenta às selecções nacionais (quinze e sete) que, praticamente, são duas em uma só, contrariamente à generalidade das rivais em que os atletas que integram a formação de "quinze" não disputam sevens.

Falhado o apuramento directo ainda na fase de grupos, para a Taça do Mundo, a disputar em Setembro, depois de um empate a 11 pontos com a Geórgia, em Lisboa, quando Portugal precisava de vencer por uma margem de 15 pontos, a situação tornou-se bastante mais complexa, embora todos os objectivos estejam ao alcance dos Lobos.

Em 2007, as duas selecções de Portugal vão estar envolvidas em quatro competições, mas as dificuldades aumentam porque a base de recrutamento é reduzida, as provas nacionais são pouco competitivas, os jogadores praticamente não tiveram descanso - não houve paragens (Europeu das Nações, Taça das Nações e jogos de apuramento para o Mundial'2007, mais os torneios de sevens) - e não vão ter qualquer interrupção até Julho.

Contudo, o primeiro desafio de um ano que vai deixar marcas no râguebi luso é ultrapassar Marrocos no jogo de repescagem para o Mundial para, em Março, a equipa poder discutir com o Uruguai o lugar que falta preencher no grupo C, juntamente com a Nova Zelândia, Escócia, Itália e Roménia. Este é o grande objectivo do râguebi português, um feito inédito e que garantiria no palco maior da modalidade a presença de uma selecção praticamente amadora, onde apenas dois/três atletas são semiprofissionais.

Mas as responsabilidades lusas não ficam por aqui. Portugal também terá de lutar no Torneio Europeu das Nações (Seis Nações B), enquanto na variante reduzida de sete os Lobos vão bater-se no circuito mundial da especialidade e, mais tarde, de Maio a Julho, defender o título europeu, que há cinco anos consecutivos não escapa à "matilha".

Vasco Uva

"Vamos chegar lá"


Vasco Uva, o capitão das selecções, não tem quaisquer dúvidas da importância do desafio que as "quinas" têm pela frente: " Este é o ano em que podemos concretizar um sonho para o qual começámos a trabalhar há quatro anos. Chegar à fase final da Taça do Mundo é o grande sonho de todos e vamos fazer tudo para não deixar de o concretizar".

Contudo e até à confirmação da presença no Mundial'2007, os Lobos têm uma dura tarefa pela frente, e Uva destacou: "Temos de avaliar muito bem a nossa realidade e preparar muito bem este desafio. Cada atleta tem de ter uma grande preocupação com os aspectos individuais e também do grupo; gerir muito bem os treinos individuais, a musculação que é muito importante, fazer uma boa alimentação, planear muito bem trabalho/treinos/descanso, Mas os treinos têm de ser muito intensos".

Mas o sonho está bem vivo e avançou: "Não é fácil conciliar profissão e râguebi, mas já demos muito a este projecto e agora com um pouco mais de esforço vamos chegar lá".

Miguel Portela

"Não vamos falhar agora"


Miguel Portela é já um "veterano" e também está fortemente empenhado em defrontar a Escócia no dia 9 de Setembro, em Saint Ettiene. Não tem dúvidas de que Marrocos será um adversário complicado, mas adiantou: "Temos a obrigação de ganhar a Marrocos". E, prosseguindo numa breve avaliação das "tropas" lusas, referiu: "Esta selecção é constituída por um lote de jogadores de excelente nível, que tem abdicado de tanta coisa para se dedicar à modalidade e à selecção, por isso não me parece que estes jogadores possam falhar agora, num momento tão importante do nosso râguebi".

Mas a realidade é difícil e as limitações são grandes, por isso defende: "Com as disponibilidades que temos devemos viver treino a treino, jogo a jogo e, em sevens, devemos fazer tudo por permanecer no circuito mundial, uma montra importante para o râguebi luso".

Luís Pissarra

"Atitude de alta competição"


Luís Pissarra é um dos jogadores mais experientes da Selecção Nacional e há vários anos que aprendeu a gerir com muito rigor o seu tempo que partilha pela profissão de veterinário e de jogador.

Falhado o apuramento frente à Geórgia, Pissarra encara a repescagem com confiança, mas ciente das dificuldades que Portugal terá de enfrentar: "Antes desta paragem, estávamos em grande forma, os treinos eram de grande intensidade e todos tentavam cumprir o seu plano de musculação, uma parte que não podemos descurar. A interrupção veio abrandar um pouco o ritmo, mas penso que não perturbará muito a nossa missão".

Alvo das atenções nesta corrida por um lugar entre os grandes, o formação avança: "Estamos muito motivados, todos temos consciência do que está em jogo, por isso penso que ninguém vai descurar aspectos importantíssimos como treinos individuais, musculação, rigor na alimentação, enfim, ter uma atitude própria de quem está na alta competição".

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